Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre TRANSGÊNICOS, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com participação de alunos da disciplina “Química Bromatológica” e com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

Recomenda-se que as postagens sejam lidas junto com os comentários a elas anexados, pois algumas são produzidas por estudantes em circunstâncias de treinamento e capacitação para atuação em Assuntos Regulatórios, enquanto outras envolvem poderosas influências de marketing, com alegações raramente comprovadas pela Ciencia. Esses equívocos, imprecisões e desvios ficam evidenciados nos comentários em anexo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Para se informar!!

Para quem quer conhecer um pouco mais sobre o assunto: http://transgenicosbromato.blogspot.com/

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Afinal, o que são transgênicos?

Para responder isso, precisamos primeiro entender o que torna um alimento transgênico. Organismos geneticamente modificados (OGMs) são aqueles que foram manipulados em laboratório, cruzados com outras espécies, alterando uma característica natural desse organismo. No caso de alimentos, a alteração visa aumentar a resistência a pragas, uma melhor conservação, e acrescentar/aumentar a quantidade de nutrientes, por exemplo. As modificações são feitas ainda na lavoura, e os alimentos ditos transgênicos são feitos a partir da soja, do milho - grãos dos quais já existem OGMs - entre outros.

A alteração genética levanta questões que vão desde os possíveis danos à saúde, o que ainda não foi definitivamente comprovado nem refutado; fatores éticos, quando se questiona o direito do homem em alterar a natureza; e problemas ambientais (cruzamento entre espécies selvagens e as que foram modificadas). Há também questionamentos socioeconômicos devido ao fato de que as sementes de OGMs são estéreis e, desta forma, precisam ser compradas novamente a cada colheita, além de serem mais caras.


Afinal, qual é a SUA opinião sobre os transgênicos?

Onde você esconde seu transgênico?

Desde o surgimento dos chamados alimentos transgênicos, somos bombardeados de informações, muitas vezes controversas. Os transgênicos podem aumentar a incidência de câncer? Ou não fazem mal nenhum à saúde? A modificação genética é um avanço da ciência ou significa “brincar de Deus”? Um transgênico é mais caro que um alimento não modificado? Enfim, várias perguntas que nunca são totalmente respondidas, deixando o consumidor-cidadão sem saber o que fazer e o que pensar.

Dentre todas as dúvidas, uma das mais importantes é pensar se nós realmente estamos expostos aos transgênicos como toda essa polêmica sugere; como saber se o alimento que chega à prateleira do mercado da minha rua é ou não um transgênico.

Pressionados pela grande comoção social em torno do tema, os países vem adotando políticas de controle de OGM (Organismo Geneticamente Modificado, ou seja, transgênico), exigindo registro especial e rotulagem do produto final que contém transgênicos. A atual legislação brasileira, por exemplo, obriga a rotulagem de alimentos que contém ao menos 1% de OGMs e a inclusão no rótulo de um símbolo que identifique o alimento como um transgênico. Apesar disso, apenas o óleo de soja parece se adequar a essa lei.


Transgênicos e o direito de escolha

O fato do óleo de soja, um alimento barato e essencial para a cozinha brasileira, ser rapidamente adequado às leis levanta algumas reflexões. Será que nenhum outro alimento, mais caro, mais supérfluo, é feito com óleo de soja transgênica? O Brasil aprovou o cultivo de milho transgênico de duas empresas diferentes. Nenhum alimento amplamente consumido é derivado desse milho?

Além disso, o principal órgão que questiona e incentiva o debate sobre os transgênicos no mundo é o Greenpeace, que argumenta o direito de escolha do consumidor sobre a composição do produto que ele adquire. Encontrar uma lista de órgãos oficiais indicando quais alimentos são feitos a partir de OMGs não é uma tarefa fácil. E a mídia, por mais que não adote uma postura claramente contra ou a favor dos transgênicos, muitas vezes se cala, deixando o consumidor sem informações concretas. Como no mundo o acesso à informação é o que faz a diferença, essa postura, tanto da imprensa quanto dos Governos, não pode ser por acaso, mas sim faz parte de uma tentativa de controle de mercado, de evitar a queda das vendas de grandes corporações que utilizam OGMs.

Talvez por isso apenas o óleo de soja seja rotulado. Dessa forma, a empresa que o rotula se destaca como uma empresa “sincera”, “honesta”, que não se furta a permitir ao consumidor do seu produto o direito de escolha. Uma escolha que não é real, já que as alternativas não transgênicas são mais caras, logo menos acessíveis, e o óleo de soja é indispensável.
Isso nos leva a outra reflexão: se o direito de escolha não é um argumento real, qual a razão para a exigência da rotulagem? Qual o motivo para não se ingerir um transgênico? As perguntas acabam sendo respondidas a partir de convicções ideológicas, éticas e até religiosas. Ou seja, muita coisa sobre os transgênicos ainda precisa ser esclarecida, tendo a pesquisa científica como principal aliada, para descobrirmos o que é mito e o que é verdade sobre os alimentos que contém transgênicos.

domingo, 13 de julho de 2008

Sugestão de reformulação do Decreto n° 4.680/03

Ao invés de lutarmos pela rotulagem meramente informativa da presença de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) na composição dos produtos, deveríamos lutar pela informação da porcentagem de OGM contido. E então a sugestão de inclusão neste Decreto seria:
"Torna-se obrigatória a presença da porcentagem de Organismos Geneticamente Modificados presente na composição de qualquer produto destinado a alimentação. A informação deve constar na tabela de informação nutricional. Não excluindo, portanto, a necessidade do símbolo que identifica a presença de OGM."

E porque lutar pelo esclarecimento da porcentagem?
Porque, teoricamente, não deveríamos nos referir a alimentos que contém OGM em sua composição como transgênicos, na medida, em que este termo só deveria ser aplicado a produtos que têm em sua composição 100% OGM.
Se tivéssemos que exemplificar esta discussão de forma bastante simplória e até relativamente radical, diríamos que se alimentos que possuem em sua composição, mesmo que seja 1% de transgênico, é transgênico. Então, seguindo essa lógica, diríamos que farinha enriquecida em ferro, é ferro. E, no entanto, o que vemos no caso da farinha é que esta apresenta a porcentagem de ferro contido, e o consumidor tem o direito de escolher se quer a normal ou a enriquecida. O mesmo deveria ser feito com os transgênicos. Dar ao consumidor a livre escolha de forma clara!!!

Por outro lado...


No caso de alimentos livres de transgênicos é necessário que os fabricantes identifiquem o nome do produto ou ingrediente que é livre de transgênico, mesmo que fique óbvia a presença de somente um ingrediente. O rótulo acima é um exemplo incorreto de rotulagem!!!

Como identificar os alimentos transgênicos? Saiba como os rótulos podem ajudar na identificação!



Diante de todas as discussões a cerca dos transgênicos, como o consumidor identificará nos supermercados o alimento transgênico. O rótulo acima exemplifica itens importantes que podem auxiliar o consumidor nessa identificação. São eles:
  • Presença do símbolo de Transgênicos no painel principal. Representado pelo triângulo eqüilátero amarelo, com a letra T dentro. Caso a embalagem não seja colorida o triângulo pode ser preto impresso sobre fundo branco.
  • Presença da frase “Produto produzido a partir de soja transgênica” ou “Soja transgênica” e “Contém soja transgênica”.
  • Presença do nome da espécie doadora do gene no local reservado para a identificação dos ingredientes.
Esse último item está exemplificado no rótulo abaixo pelo item 3.